Por mais que tivéssemos lido sobre o Peru e os Incas, durante toda a viagem nos surpreendíamos com o que encontrávamos no caminho. Lima é uma cidade bonita e muito interessante, com excelentes museus, opções de diversão e uma gastronomia que dispensa comentários. O povo é simpático e acolhedor, característica que se vê também no interior. Cusco e o Vale Sagrado são riquíssimos em história e paisagens fantásticas. Machu Picchu encanta e instiga mesmo o viajante mais blasé. Impossível ficar indiferente ao se deparar com ela. Aqui você vai encontrar um roteiro básico com informações importantes para sua viagem e em outros posts os detalhes de cada lugar que visitamos. Se quiser falar com a gente é só postar na caixa de comentários.
Dinheiro: Novo Sol (PEN)
Idioma: espanhol
Imigração: Documentos exigidos para os
cidadãos brasileiros ingressarem no Peru na condição de turista:
- PASSAPORTE ou
-CÉDULA DE IDENTIDADE CIVIL emitida pelos institutos de identificação
das polícias civis dos Estados. As cédulas de identidade brasileiras não têm
prazo de validade. No entanto é imprescindível que estejam em boas condições e
a foto permita claramente a identificação do titular.
*Informação obtida no site
do Itamaraty.
Quando ir:
Lima: qualquer época. No verão dá até pra pegar uma praia e o inverno é bastante frio.
Machu Picchu, Cusco e Vale Sagrado: de maio a setembro. Durante o verão evite, pois é época de chuvas (lembra que um grupo de turistas ficou preso em Machu Picchu por causa de um temporal há uns anos atrás?). Se não quiser pegar a região cheia, não vá durante julho e agosto, pois é época de férias em vários países e o número de turistas aumenta.
Quantos dias:
Com tempo eu faria assim:
Lima: 2 a 3 dias inteiros, dependendo dos museus e ruínas que você
queira visitar. Imperdível: Centro Histórico (Plaza de Armas, Catedral e Covento de São Francisco), Larco Museu e Malecón de Miraflores.
Continuando viagem: Cusco 4 noites, Vale Sagrado 1 noite e Pueblo Machu
Picchu (Águas Calientes) 1 noite.
Dia da chegada em Cusco: aclimatação e museu Inka.
Dia 2: city tour incluindo Sanksayama.
Dia 3: Cidade e mercado de
Pisac.
Dia 4: Chinchero, Salineiras
de Maras, Moray e Ollantaytambo com pernoite.
Dia 5: ruínas de
Ollantaytambo e trem para Águas Calientes.
Dia 6: Visita ao sítio
arqueológico de Machu Picchu e retorno para Cusco.
Dia 7: Retorno para o Brasil.
Para um roteiro mais apertado:
Lima 3 noites ou 2 noites se seu voo chegar antes das 10h.
Continuando viagem: 3 noites.
Dia da chegada em Cusco: aclimatação e museu Inka.
Dia 2: city tour incluindo Sanksayama
Dia 3: Tour para o Vale Sagrado finalizando em Ollantaytambo. Aqui há
duas alternativas: dormir em Ollantaytambo e pegar o primeiro trem para Águas
Calientes no dia seguinte. Usar o serviço de bagageiro gratuito da Peru Rail na estação. Voltar
à tarde para Cusco. A outra alternativa seria pegar o trem para Àguas Calientes
e pernoitar lá para no outro dia cedinho visitar Machu Picchu.
Dia 4: Visitar a Cidade Sagrada e voltar para Cusco.
Dia 5: Retorno para o Brasil.
Como chegar: Há voo direto do Brasil para Lima. A capital serve de
escala nos voos para Cusco. Pesquise em sites como Skyscanner e Kayak para
encontrar a melhor opção a partir de sua cidade.
A partir de Cusco você visita o Vale Sagrado. Para isso há várias opções:
Tour compartilhado - sugerimos que você faça uma pesquisa no Trip Advisor e escolha algumas agências bem avaliadas para cotar preço quando chegar lá. Muitas ficam no entorno da Plaza de Armas. Não vimos muita diferença de valor. Principais tours: Pisac, Ollantaytambo e Chinchero e o que vai para Salineras de Maras e Moray.
Tour privado: a maioria das agências têm essa opção e algumas são especializadas. Nos sites e blogs que pesquisamos diziam que a variação de preço era pequena, mas não foi isso que encontramos por lá. Por isso aconselhamos escolher a agência desde o Brasil a partir dos comentários de viajantes em sites como o Trip Advisor.
Táxi: você pode contratar um táxi na internet por empresas como a Táxi Datum ou diretamente com o taxista (peça uma indicação no hotel). Usamos os dois serviços e a primeira opção é mais segura, embora um pouco mais cara.
Transporte público: é mais cansativo e trabalhoso, mas dá pra fazer. Só aconselho para quem quiser uma opção mais econômica. Para isso basta pegar uma van no centro de Cusco e ao chegar no destino contratar um táxi. Dê uma olhada nas dicas do Ricardo Freire, do Viaje na Viagem, sobre o assunto. Tá bem completo.
Em Machu Picchu só se chega de trem ou por trilha.
Várias empresas oferecem pacote para a Trilha Inca. Um bom site para dicas é o Mochileiros.com.
A linha de trem é operada por duas empresas: Inca Rail e Peru Rail. A primeira só sai de Poroy (15 min. de Cusco) e Ollantaytambo (Vale Sagrado). A Peru Rail também sai de Urubamba (Vale Sagrado) e conta com mais opções de horário. O preço varia de acordo com a classe do trem, que são três, e o horário. Viajamos pela Peru Rail. Na ida embarcamos em Ollantaytambo no Vistadome, que seria a classe intermediária. Diferencial: as janelas se alongam até parte do teto e um lanche simples é oferecido. Voltamos no Expedition, o mais básico. Só serviram bebidas. Ambos possuem o mesmo nível de conforto, que eu diria ser razoável. Como as poltronas não reclinam muito e a maioria fica uma de frente para outra, não dá pra relaxar na viagem. Por isso aconselhamos ir e voltar por Ollantaytambo (1h40). De lá basta pegar um táxi ou van para Cusco (1h30 a 2h). Embora Poroy esteja a 15min de Cusco, a viagem de trem leva 3h30. Talvez se você viajar no Hiram Bingham, o trem de alto luxo, a viagem seja mais confortável. Mas o preço não. Só para ter uma ideia, fiz uma cotação para o dia 17/08. Enquanto o bilhete no Vistadome custa US$95,00, no Hiram sai por US$403,00. Seja qual for sua escolha, tente comprar a passagem com antecedência pelo site. Vi muitos relatos de dificuldade em concluir a compra. Parece que alguns sites peruanos exigem um cartão com a tecnologia Visa Verified ou Secure Code Mastercard. Não tivemos nenhum problema, mas caso você tenha, verifique com sua operadora de cartão sobre isso. Se não conseguir, a Peru Rail possui lojas em Lima (Shopping Larcomar), Cusco (Plaza de Armas) e até dentro da área de embarque do aeroporto de Lima, onde trocamos nosso voucher pelo bilhete. A compra no site gera um comprovante ou voucher que deverá ser trocado em um loja da Peru Rail pelo bilhete. Não esqueça de levar o comprovante de compra impresso, documento de identificação e o cartão usado para a compra.
Transfer aeroporto/hotel:
Cusco: no saguão do aeroporto há guichês das empresas de táxi. São mais
caros. Negociamos um táxi do lado
de fora do aeroporto. O preço variava de acordo com a qualidade do
carro. Melhor contratar pelo hotel ou na internet.
Onde ficar:
Lima – para nós a melhor opção é Miraflores, que é um bairro bem bacana
e está próximo de algumas atrações como o Malecón e o shopping Larcomar. Tem
bons hotéis e restaurantes. San Isidro é o bairro mais elitizado, enquanto
Barranco o mais boêmio.
Cusco – procure ficar próximo da Plaza de Armas e na parte mais plana da
cidade. Seria a região entre a Plaza e o Koricancha (Templo do Sol).
Ollantaytambo – a cidade é pequena, você vai ficar bem em qualquer lugar.
Pueblo Machu Picchu (Águas Calientes) – fique próximo do ponto do ônibus
que leva para o sítio arqueológico.
Locomoção:
Lima – a cidade não tem metrô e os ônibus não são legais, por isso a
melhor opção é o táxi. Eles não usam taxímetro, o preço é negociado na hora.
Além disso, eles podem ter qualquer cor e aspecto. Os amarelos e com cara de
táxi mesmo são os mais velhos e geralmente cobram mais barato. Já os outros
funcionam tipo o Uber, há os luxuosos e os comuns, mas invariavelmente são mais
novos e de melhor aparência que os amarelos. Uma boa opção é comprar um chip de
celular para poder usar os aplicativos Easy Taxi ou Uber. Nós usávamos o
serviço de táxi do hotel quando saíamos. Se onde estivéssemos houvesse wifi,
pedíamos pelo app. Na rua procurávamos os carros mais novos e
negociávamos o preço antes de embarcar. Alguns rodam só com uma plaquinha no
pára-brisa, sem muita identificação. Não tivemos problema e em nenhum momento
nos sentimos enganados. As distâncias eram longas e os preços justos. Outra
dica e já sair do hotel sabendo a média de preço da corrida que você vai fazer.
Por exemplo, eu sabia que ia pegar um táxi naquele dia do Shopping Larcomar
para Barranco. Cotei no Maps o preço antes de sair do hotel.
Ônibus turístico (hop on hop off): há também a opção da utilização do ônibus panorâmico de dois andares igual aos que rodam em diversas cidades turísticas do mundo. Quem leva é a Mirabus. Há um quiosque na Plaza de Armas.
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Preços e itinerário.
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Cusco – o centro histórico é para ser apreciado a pé e com calma. Mas se
você for para algum lugar mais alto e estiver sofrendo com a altitude, pegue um
táxi.
Ollantaytambo – é uma cidade pequena e dá pra ver tudo caminhando. Só a
ferroviária que é um pouco distante (15min). Aí pode valer a pena pegar um Tuk
Tuk.
Dica: muitos ficam na Plaza de Armas e cobram 5 PEN pp, mas se você andar
em direção ao sítio arqueológico pode pegar um na ponte por 1,5 PEN pp.
Pueblo Machu Picchu (Águas Calientes) – aqui se faz tudo a pé. Só na
hora de subir para Machu Picchu é aconselhável usar o ônibus, pois a subida de
45min é íngreme.
Alimentação: em Lima aproveite para comer pescados. O ceviche é
fresquíssimo.
Mas com uma gastronomia tão rica, qualquer coisa é boa por lá.
Você vai desde a comidinha de rua até o menu degustação com vários pratos em
restaurantes renomadíssimos como o Central, o Astrid & Gaston e o Rafael. Para beber, vá
de Pisco Souer, de cerveja Cusquenha (para os amantes da cerveja), de Inca Kola (para quem gosta de refrigerante) e não deixe de experimentar a Chicha Morada, que é um
suco de milho rosa.
Na região do Vale Sagrado há muitos pratos com truta, o único peixe que
se aconselha comer naquelas bandas.
Mas o prato tradicional é o Cuy, que é um
tipo de porquinho da índia. Não tivemos coragem de experimentar, mas dizem que
é bom.
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Você teria coragem... |
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...de comer esse bichinho?
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Compras: o Peru é famoso pela qualidade de seu algodão. Peças de lã de
Alpaca e Vicunha estão por toda parte. Os produtos de tecelagem feitos
manualmente são lindos. Você também vai encontrar belíssimas jóias em prata. O
café e o chocolate estão entre os melhores do mundo.
Dicas práticas:
Soroche – esse é o nome dado ao mau estar causado pela altitude. Em
Cusco e no Vale Sagrado isso incomoda mesmo. Cada organismo responde de uma
forma, mas é recomendável que no primeiro dia em Cusco você tome o chá de coca e descanse pelo menos uma hora antes de sair pela cidade.
Nesse dia evite as ladeiras mais íngremes, coma coisas leves e evite bebida
alcoólica. Nós sentimos um pouco de dor
de cabeça e falta de fôlego para subir qualquer escadinha. Depois foi
melhorando. Muitas pessoas sentem enjoo também. Há remédios específicos para o
Soroche nas farmácias e bombinha de oxigênio. A principal dica aqui é respeite seu corpo, só você vai saber o tempo necessário para ele se adaptar.
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Você pode precisar. |
Ingresso para Machu Picchu - como existe limite diário de visitantes para o sítio arqueológico, recomenda-se que você compre seu ingresso com antecedência pelo site http://www.machupicchu.gob.pe/. É bem fácil de usar e tem página em português. Você imprime os ingressos em casa. O bilhete pode incluir ou não a subida nas montanhas Huaynapicchu (aquela que aparece nas fotos atrás da cidade) e Machupicchu. A primeira é a mais procurada e o acesso aos visitantes é dividido em 2 horários. A trilha é íngreme, mas qualquer um pode fazer. Já a segunda exige um preparo físico maior. Seria indicada apenas para quem tem experiência em montanhismo.
Boleto Turístico de Cusco - ele inclui as principais atrações de Cusco e do Vale Sagrado. O preço varia de acordo com as atrações incluídas e o período de vigência. Se você for visitar Cusco e o Vale Sagrado compre o Boleto General, que engloba todas as ruínas do Vale Sagrado e do entorno de Cusco, como Saqsayhuaman, e alguns museus. Válido por 10 dias. Ele pode ser adquirido na COSITUC (Av. Sol 103 Of. 102 Galerias Turisticas) ou nos próprios sítios turísticos incluídos no boleto. Para mais informações e tarifas, clique aqui.
Câmbio - a melhor opção é levar dólar para trocar pela moeda local. A cotação do Real não era muito boa. Chegando no aeroporto troque alguns dólares para pagar o táxi. Para isso use o quiosque da Western Union na área de desembarque. Não troque moeda no quiosque do Banco Interbank. A cotação é péssima. Estava vazio e queríamos sair logo, mas não vale a pena. Na Av. Larco, em Lima, há várias casas de câmbio. A taxa não variava muito. Quanto mais para o interior do país íamos, mais a cotação piorava. Em Cusco é fácil cambiar moeda, mas a taxa variava de acordo com o montante a ser trocado. Acima de 50 dólares a cotação era melhor. Não sei se o mesmo vale para Lima. Em Ollantaytambo o câmbio era feito em restaurantes, lojinhas ou no hotel. Em Águas Calientes havia uma casa de câmbio na Plaza de Armas. Não pague em dólar serviços contratados em soles. A conversão sempre é ruim.
Sites interessantes:
www.munlima.gob.pe - site do Município de Lima.
www.peru.travel - informações sobre os boletos turísticos de Cuzco, transporte entre as cidades, compra de ingresso para Machu Picchu e muito mais.
www.rediscovermachupicchu.com - muito legal para entender um pouco da história dos povos incas e pré-incas.