quinta-feira, 21 de março de 2019

Caraíva


Caraíva entrou no nosso roteiro por acaso. Faltando uma semana para o Carnaval decidimos ir de carro para Trancoso, no sul da Bahia. Como Caraíva ficava no caminho, pensamos: por que não conhecer? E foi amor a primeira vista! 




Caraíva é uma vila de casas coloridas e ruas de areia. Para chegar você precisa pegar um barquinho e atravessar o rio de mesmo nome.



Veículos automotores não são permitidos por lá. O único meio de transporte disponível é a carroça.


As pessoas que vivem na região são muito simpáticas e prestativas. Com certeza o ritmo mais lento do lugar ajuda a manter esse clima relax que rapidamente contamina os turistas.



Outra coisa que adorei foi a mistura de pessoas de todos os estilos convivendo harmoniosamente. Caraíva recebe mochileiros solitários, grupos de amigos, famílias e casais. Você pode escolher acampar, ficar em um quarto básico ou se hospedar em uma pousada decorada no melhor estilo rústico-chique.


No final todo mundo se encontra na Praia da Barra e depois vai ver o pôr do sol comendo pastel de arraia nos bares da beira-rio.


Quando a noite chega, o point é a rua principal, repleta de restaurantes charmosos e lojinhas bacanas.



Mas Caraíva não abandona suas raízes. Há diversos bares menos moderninhos espalhados pela vila.


E depois da meia-noite, quando você pensa que o dia acabou, começa o tradicional forró, que segue madrugada adentro.


Não é para se apaixonar por um lugar desses?


O que fazer:

Prainha da Barra – o mar em Caraíva é forte, nem todo mundo se aventura. O legal é curtir a praia na Barra, faixa de areia no ponto onde o rio encontra o mar. As barracas que servem bebidas e petiscos fornecem cadeiras e guarda-sol (a maioria não aceita cartão). O dia passa que a gente nem sente e só lembra de ir embora quando a maré começa a subir.



Praia de Caraíva - embora o mar não seja muito tranquilo, a paisagem é bonita. Dá pra passar o dia nas espreguiçadeiras do Bar da praia, restaurante anexo à Pousada Casa da Praia.


Praia do Satu – para quem tem tempo e disposição, a melhor forma de chegar nessa praia é caminhando pela areia. Mas só é possível fazer isso na maré baixa. Você atravessa o rio Caraíva de barco e segue pela praia. São uns 45min de caminhada. Lá você vai encontrar o Satu Beach Club, que todo mundo recomenda. Além da praia, há duas lagoas de água doce. Para quem não encara a caminhada, dá para ir de barco ou buggy. Não conseguimos ir, mas voltando em Caraíva é um dos passeios que não vou deixar de fazer.

Descer o rio de boia – essa é uma aventura super recomendada em Caraíva. Várias empresas fazem o passeio. Elas levam o grupo até um determinado ponto do rio e de lá todo mundo desce naquelas boias enormes até a foz. O horário do passeio depende da maré, pois ela muda a correnteza do rio. No Carnaval dezenas de pessoas se reúnem fantasiadas para descer o rio Caraíva em boias. É um dos maiores eventos da região. Estávamos em Trancoso no dia e tinha gente que foi para Caraíva especialmente para participar da brincadeira. Imperdível!


Ponta do Corumbau – com um visual paradisíaco e água morninha, esse enorme banco de areia que adentra o mar de forma caprichosa é um dos lugares mais bonitos do litoral baiano. E fica pertinho de Caraíva. Basta contratar um buggy para te levar e buscar no horário combinado. Mas não se esqueça de consultar a tábua de marés, pois o banco de areia que forma a Ponta do Corumbau só aparece quando a maré está baixa. Contamos os detalhes do passeio nesse post: Ponta do Corumbau


Praia do Espelho – essa praia é um absurdo de bonita, digna de todos os elogios que se ouve por aí. Ela fica entre Trancoso e Caraíva. Você pode contratar um passeio ou ir com seu carro. O acesso é por estrada de terra. A estrutura da praia é boa, com restaurantes pé na areia. Fizemos um post com todos os detalhes: Praia do Espelho
Dica: não deixe de consultar a tábua de marés para ir na maré baixa e aproveitar as piscinas naturais.


Tribo Pataxós – há 6km de Caraíva você pode visitar a Aldeia Pataxó de Barra Velha que fica dentro do Parque Nacional do Monte Pascoal. Nós não fomos e não sei se vale a pena, pois me pareceu o típico passeio para turista ver. Pode ser interessante conversar com os indígenas, ver como eles vivem atualmente e comprar artesanato. Você pode fazer o passeio de buggy, carroça, cavalo ou até ir a pé se tiver disposição.

Ponta do Corumbau

Com um visual paradisíaco e água morninha, esse enorme banco de areia que adentra o mar de forma caprichosa é um dos lugares mais bonitos do litoral Bahiano. 




Você chega lá em um passeio de buggy partindo da praia de Caraíva. Reservamos por indicação da pousada. Éramos 4 pessoas. O motorista que sempre faz o passeio não pôde ir e mandou outro. O buggy era velho e parou no meio do caminho. Sorte que o motor resolveu voltar a funcionar. Por isso aconselhamos negociar direto com o motorista e ver o estado do carro antes de fechar. Não é difícil encontrar buggys na praia pela manhã oferecendo o passeio. Dá para combinar com uma visita à Tribo Pataxós.





No estacionamento dos buggys e na praia alguns nativos vendem produtos de madeira. É um bom lugar para comprar. Vi coisas diferentes e com um bom preço. 



O buggy te deixa na beira de um rio e marca um horário de retorno. Você pega um barquinho para chegar ao outro lado.



Depois é só seguir pela praia ou pegar uma trilha que leva até a Ponta do Corumbau. São uns 15min de caminhada. 


Há algumas barracas e restaurantes na praia. Eles colocam cadeiras com guarda-sol na areia para você. A comida é cara, como todo lugar turístico de difícil acesso.



Dica: esse passeio tem que ser feito de acordo com o horário das marés, pois o banco de areia que forma a Ponta do Corumbau só aparece quando a maré está baixa.

Leia também:

Caraíva - Leia antes de embarcar



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Pedra Azul - Roteiro completo

A primeira coisa que você deve saber é que Pedra Azul é o nome de uma região formada pelas cidades de Domingos Martins e Venda Nova do Imigrante.  O destino mais famoso das Serras Capixabas está há 2h de distância de Vitória.  O nome vem de um maciço rochoso que dizem ficar azul dependendo da luz e da hora do dia. Não vi o fenômeno, mas isso não diminui nem um pouco a beleza do lugar. Tenho certeza que você vai se surpreender com a paisagem e o charme dessa região adorada pelos capixabas e ainda pouco conhecida do resto do país.

O principal atrativo da região fica em Domingos Martins. É o Parque Estadual da Pedra Azul e suas trilhas. Imperdível! Clique aqui para ver o post com todas as dicas para visitar o parque. 


No entorno do parque o turismo cresceu trazendo pousadas e restaurantes charmosos. A maioria deles fica ao longo da Rota do Lagarto, uma estradinha estreita com visual de tirar o fôlego. 




A rota foi assim chamada por causa de uma pedra em forma de lagarto que parece caminhar na face dianteira do maciço de Pedra Azul.


Além do parque, vale a pena uma visita ao centro histórico de Domingos Martins, que guarda resquícios da colonização alemã na região. Não sobrou muita coisa. Você só vai ver alguns prédios e uma igreja da época. 



Uma outra parada obrigatória é na Cervejaria Barba Ruiva, que fica na entrada da cidade. Encontramos alguns capixabas durante a viagem e todos falavam dessa cervejaria. Gostamos do lugar e a cerveja é boa. Fica mais animado no fim de semana. Sábado costuma ter show.


Para quem quer curtir o agroturismo, Venda Nova do Imigrante é parada obrigatória. A colonização italiana deixou como herança uma rica gastronomia. Tanto que o produto típico da região de Pedra Azul é um embutido à base de carne suína chamado Socol, que foi inspirado em uma receita italiana. É uma cidade mais interessante para se hospedar não só pela proximidade com o parque. Como é uma cidade um pouco maior, os restaurantes e o comércio funcionam até mais tarde. Também é mais indicada para quem quer visitar as fazendas e sítios da região. O agroturismo gira em torno dela.

Leia antes de embarcar

Quando ir: em qualquer época você pode visitar o local, pois o clima é ameno o ano inteiro.  Como toda região serrana, a altíssima temporada acontece no inverno. Mas nas férias do início do ano (dezembro, janeiro, fevereiro) e nos feriados a cidade também fica movimentada. Não aconselho ir durante a semana fora da alta temporada, pois a maior parte do comércio local fecha.

Como chegar: a melhor opção é pegar um voo até Vitória e alugar um carro no aeroporto. A viagem leva 2hs e a estrada é boa. Só tem que dirigir com atenção, porque é mão dupla e passa muito caminhão.

Onde ficaras pousadas em torno da Rota do Lagarto são as mais bonitas e aconchegantes. Uma chama atenção em especial: Pousada Pedra Azul. Se você ainda não viu, com certeza vai se deparar em alguma publicação com a vista da Pedral Azul refletida na piscina da pousada. Isso acaba com qualquer concorrência. Nós ficamos no Hotel Lusitânia. É um hotel antigo, mas com quartos grandes e boa estrutura. O visual do entorno é bonito. Não é o tipo de hotel que eu gosto, pois prefiro lugares menores e mais aconchegantes. Mas não dá para dizer que seja ruim. O maior inconveniente foi que eles não aceitavam nenhum tipo de cartão. Tivemos que fazer uma transferência bancária. 
Vale dar uma olhada nas avaliações nos sites de busca de hospedagem.

Dica: Embora o parque esteja localizado em Domingos Martins, ele fica há 56km do centro da cidade, no distrito de Pedra Azul (oficialmente denominado Aracê). A estrada que interliga a região tem um grande fluxo de caminhões, o que torna a locomoção mais lenta. Você gasta cerca de 1h no trajeto. Por isso, se não der pra ficar em uma das pousadas próximas à Rota do Lagarto, melhor se hospedar em Venda Nova do Imigrante, que está há apenas 19km do parque.

Onde comer e beber: a oferta de restaurantes é boa. Não tivemos tempo de ir explorar muito essa parte, mas encontramos ótimas indicações no Trip Advisor.

Pedra Azul

Alecrim – esse restaurante é recomendado por todo mundo. Fica no fim da Rota do Lagarto em uma casa aconchegante rodeada por muito verde. Atendimento impecável e comida maravilhosa.





Domingos Martins

Cervejaria Barba Ruiva – muito recomendada pelo pessoal da região. A cerveja é boa e há várias opções de petiscos e sanduíches. Se puder vá no sábado, quando tem show á noite.


Venda Nova do Imigrante

Classic Pub – encontramos esse bar pelo Trip Advisor. É um dos poucos abertos até mais tarde. Fica dentro de um pequeno shopping. Lugar agradável e atendimento nota 10. Disseram que quando tem show fica lotado.




Dica: em Pedra Azul os bares e restaurantes fecham no máximo às 23h. Se você quiser curtir um barzinho até mais tarde a melhor opção é Venda Nova do Imigrante. 

O que levar: boné e protetor solar durante o verão e repelente sempre. 

Compras: a região tem investido muito no agroturismo. São várias fazendas abertas para visitação e com venda direta de produtos como queijos, embutidos, geleias, pastas e frutas. Não deixe de provar o socol, um embutido típico da região feito com carne suína. O produzido no Sítio Lorenção é famoso.