domingo, 21 de agosto de 2016

Orla Conde: uma viagem do Rio Antigo ao Moderno.


A jóia da coroa
Apesar de toda a polêmica em torno do projeto Porto Maravilha, o fato é que uma região degradada do centro da cidade foi totalmente revitalizada e tem tudo para se tornar um dos passeios mais bacanas do Rio. A Orla Conde passa por diversos pontos turísticos, mesclando história, cultura, diversão e uma vista espetacular.

Fomos conferir in loco essa novíssima região turística e fizemos um roteiro que mistura tudo que ela pode oferecer.



Nosso ponto de partida será na Praça Floriano Peixoto, mais conhecida como Cinelândia. Fácil de acessar através do Metrô (estação Cinelândia, parada da Linha 1 e 2), ônibus, táxi ou Uber. Há estacionamento próximo, mas o preço é exorbitante. Não aconselhamos.

Estação da Cinelândia do VLT.
O Centro do Rio ficou mais lindo depois das obras.
Essa grande praça possui um dos conjuntos arquitetônicos mais bonitos da cidade. Aprecie o quadrilátero formado pelo Teatro Municipal , o Museu Nacional de Belas Artes, a Biblioteca Nacional e o Palácio Pedro Ernesto, que abriga a Câmara dos Vereadores, todos construídos no início do século XX. O prédio da Justiça Federal ao lado da Biblioteca também merece atenção. Como objetivo do nosso roteiro é fazer a Orla Conde, essa parte do passeio será apenas panorâmica. Mas vale a pena visitá-los. Quer saber mais? Clique sobre os nomes que você será redirecionado para as respectivas páginas.

Teatro Municipal.
A praça da Cinelândia e o Palácio Pedro Ernesto onde funciona a Câmara dos Vereadores.
Museu de Belas Artes.
Centro Cultural da Justiça Federal.
Após admirar os prédios históricos da Cinelândia, siga pela rua Araújo Porto Alegre em direção à Avenida Presidente Antônio Carlos. No caminho há dois lindos edifícios da época em que o Rio de Janeiro era a capital federal.

Na esquina com a rua Graça Aranha fica o Palácio Capanema, antigo Ministério da Educação e Cultura, considerado um marco na Arquitetura Moderna Brasileira. O mestre da arquitetura Oscar Niemayer integrou a equipe liderada por Lúcio Costa, que ainda contou com a consultoria do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Os jardins projetados por Burle Marx e os painéis de azulejos de Candido Portinari são apenas algumas das obras de arte que compõem o prédio inaugurado em 1947.

Palácio Capanema.

Obra de Portinari.
Continuando até à Av. Antônio Carlos, siga pela esquerda e repare no imponente prédio com colunas dóricas que toma todo o quarteirão. O Palácio da Fazenda, inaugurado em 1943, abrigava o Ministério da Fazenda quando o Rio era Distrito Federal. Repare nas placas de baixo-relevo em mármore sobre as colunas. Elas representam as principais fontes de renda do país. A visita guiada pode ser agendada de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h30. Tel.: 3805-2002 e 3805-2004.




Do outro lado da rua você verá a Praça Expedicionário, colada ao Tribunal de Justiça (um prédio de vidro marrom). Passe por ela e siga em direção ao Museu Histórico Nacional à direita. 


No caminho repare na Igreja de fachada branca ao lado de uma ladeira com calçamento de pé-de-moleque. Aí ficava o Largo da Misericórdia, o coração do Rio Colonial. Com a derrubada do Morro do Castelo no início do século passado, muitas dessas relíquias foram destruídas, mas a Igreja Nossa Senhora de Bonsucesso de 1567, considerada a mais antiga da cidade, e o que restou da Ladeira da Misericórdia, primeira via a receber o calçamento pé-de-moleque em 1617, ainda estão lá.


O início da ladeira que levava ao Morro do Castelo.
O Museu Histórico Nacional foi o antigo Arsenal de Guerra e ainda exibe parte da muralha do Forte de Santiago. O acervo passa pela pré-história do Brasil até a república. Destaque para a exposição de artefatos indígenas, as salas destinadas ao período imperial e o acervo de carruagens no primeiro andar. Ingresso: R$8,00. Para mais informações, clique aqui para acessar o site.


Fácil acesso.
Muito bem organizado e bonito.
O acervo é minucioso. Esse guarda corpo, que pertenceu ao Paço Imperial, foi de onde D. Pedro I falou ao povo que ficaria no país apesar de Portugal exigir seu retorno.

Pena oferecida à princesa Isabel como presente por ocasião da assinatura da Lei Áurea.


Pátio interno.


Se a fome bater, tem um bistrô no local.

Nesse museu inicia a Orla Conde. Saindo do museu, siga para a esquerda e você verá uma grande praça. No meio dela há uma passagem subterrânea para o outro lado da pista, na altura do restaurante Albamar, que fica em uma bela construção, último resquício de um mercado público que funcionou no lugar.

Passagem subterrânea.
E olha só a vista....
Seguindo a Orla você vai chegar à Praça XV, onde a história do Brasil ganha vida. Comece pelo Chafariz da Pirâmide ou do Mestre Valentim (1779). Ele servia para abastecer os barcos que ancoravam no antigo cais que havia no local. Durante a obra de construção da Orla Conde foi descoberta uma parte do cais original, a qual foi mantida em exposição no local. Por ele a família Real Portuguesa desembarcou no Rio em 1808.


Outro prédio de grande importância histórica é o Paço Imperial, residência real desde a chegada de D. João VI até a Proclamação da Independência em 1822. Nesse local tiveram lugar acontecimentos importantes como o Dia do Fico, quando D. Pedro I anunciou sua decisão de não voltar para Portugal, a Coroação de D. João VI e a chegada da Imperatriz Leopoldina ao Brasil. Hoje ele é um centro cultural e pode ser visitado. Entrada gratuita.



Do outro lado da rua você vai ver a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, a antiga Sé (1770). Nela os dois imperadores do Brasil foram coroados. Em estilo barroco, ela guarda obras de Mestre Valentim, famoso artista da época.

Volte para a Praça XV e procure um arco de pedra no prédio do lado oposto ao Paço Imperial. Esse é o Arco do Teles, nome que relembra os antigos moradores do local, a família Teles de Menezes. Trata-se de uma construção do século XVIII. 



Siga pela rua de paralelepípedos e repare nos sobrados antigos ao seu redor. Hoje a maioria abriga bares e restaurantes. Se estiver com fome, pare em um deles para almoçar. Com orçamento curto, escolha um self service. 




Querendo gastar um pouco mais, siga até o Cais do Oriente, um restaurante com paredes de pedra e ar sofisticado ao lado do CCBB.

Nessa região há três centros culturais legais, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o Centro Cultural dos Correios e a Casa França Brasil. Os prédios já valem pela beleza arquitetônica, mas sempre há exposições interessantes, especialmente no CCBB.


Nessa região também fica o Espaço Cultural da Marinha. Lá você pode visitar um navio, um submarino e aviões de guerra. Dependendo do dia e do tempo dá pra fazer um passeio pela Baia de Guanabara ou até a Ilha Fiscal, onde aconteceu o último baile do Império. O museu é gratuito e os passeios R$25,00 cada. Visite o site para mais informações.

No passeio dá para ver o aeroporto Santos Dumont com o Pão de Açúcar ao fundo. Um avião tinha acabado de pousar.
Vista do MAC, em Niterói. Obra de Orcar Niemeyer.
A Ilha Fiscal.
Voltando para a Orla Conde, você agora vai passar pela frente de uma das igrejas mais bonitas e importantes da cidade, a Candelária (1898). Vale a visita.

Igreja da Candelária.
Nessa parte da orla foi feita uma praça que abrigou a chama olímpica durante as Olimpíadas. A linda escultura com a pira foi deixada no local como memória desse momento. O lugar lotou durante o evento.



Seguindo para o nosso destino, o Porto Maravilha, você vai margeando o Distrito Naval e no alto pode ver o Mosteiro de São Bento, fundado por monges beneditinos em 1590. O prédio de 1617 abriga um famoso colégio, onde estudaram personalidades como Pixinguinha, Villa-Lobos, Noel Rosa e outros. Em 1671 terminou de ser construída a igreja de Nossa Senhora de Montserrat, ricamente decorada com um belo trabalho de entalhamento dourado. Ela é a única parte que pode ser visitada. 

Dica: Aos domingos a missa das 10h é acompanhada por canto gregoriano.

Após alguns minutos de caminhada você já vai avistar o Museu do Amanhã debruçado sobre o mar. É um dos melhores ângulos para fotos. Há um pequeno mirante um pouco antes de chegar à Praça Mauá.

Essa pequena passagem passa por debaixo da ponte que liga o Distrito Naval à Ilha das Cobras,
A vista é bacana.
No local há dois museus modernos e interessantes: o Museu de Arte do Rio – MAR e o Museu do Amanhã. O primeiro conta com exposições temporárias interessantes e um mirante no último andar com uma vista espetacular. Não deixe de subir. Legal também é reparar no projeto arquitetônico do museu, que reuniu dois edifícios de estilos bem distintos através de uma cobertura no teto imitando as ondas do mar. Há um café no térreo e um restaurante na cobertura.


Já o Museu do Amanhã é voltado para o mundo científico. Ele explora as mudanças que acontecem no planeta e a partir daí instiga o visitante a pensar em como será o futuro. Ele é rico em interatividade e o edifício projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava é uma obra prima contemporânea. Já vale só pelo visual.





Seguindo o trilho do VLT em direção aos armazéns, você pode fazer um pequeno desvio até o sítio arqueológico do Cais do Valongo (1811). Basta seguir pela Av. Barão de Tefé. Esse porto foi construído para deslocar da atual Praça XV o desembarque e o comércio dos africanos escravizados que chegavam na cidade. Em 1831, com a proibição do tráfico transatlântico, ele foi oficialmente fechado. Em 1843 foi remodelado para receber a futura imperatriz do Brasil, Teresa Cristina, e passou a se chamar Cais da Imperatriz. No início do século XX foi soterrado. Redescoberto com as obras de revitalização do porto, ficou em exposição permanente para visitação.

Volte para a orla e continue caminhando pelo Porto Maravilha até o maravilhoso painel Etnias, do artista Eduardo Kobra. Sua obra de arte homenageia os povos dos cinco continentes retratados na figura de indígenas. Simplesmente lindo! Está sendo considerado o maior grafite do mundo pelo Guinness Book.






A região do Porto Maravilha está ganhando novidades constantemente. Cada dia surge uma nova obra de arte em grafite, em breve haverá a inauguração de um grande aquário marinho, o AquaRio, e de áreas de restaurantes e centros culturais. Se souber de alguma novidade interessante, avise a gente.

☺ O Aquário Marinho do Rio foi inaugurado. Fomos conferir como ficou e está muito legal. Um programa imperdível para os pequenos. Se quiser saber mais, clique aqui para acessar o post com todos os detalhes da nossa visita.



Na volta, basta pegar o VLT em direção ao Santos Dumont e saltar no local de partida ou caminhar até a estação Uruguaiana do Metrô (15 a 20min).

Dica: após escurecer e durante o fim de semana não aconselhamos fazer esse trajeto a pé. Prefira o VLT ou táxi/Uber.



Lembre-se de efetuar o pagamento dentro do VLT.

Quer emendar e ficar para o Happy Hour? Se for uma segunda-feira, siga pela rua Sacadura Cabral (atrás do MAR) até a Pedra do Sal onde acontece uma animada roda de samba ou volte de VLT até a Cinelândia e pegue um táxi ou Uber para a Lapa que tá pertinho. Dá até para ir a pé, mas se já for noite não aconselhamos. 

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Irlanda - Mapa e roteiro.


Cliffs of Moher

Aqui coloquei nosso roteiro e um mapa com hotéis, restaurantes, todas as atrações que visitamos e mais algumas que só ficaram de fora por falta de tempo. Use como base e divirta-se montando o seu.


Dica: Para saber informações sobre os lugares indicados no mapa é só clicar no marcador.

Nosso Roteiro:

Noite em Temple Bar

Trinity College (Book of Kells), Grafton St., James Park, Museu Nacional de Arqueologia e National Gallery.

Castelo, Biblioteca Chester Beatty, Catedral de San Patrick, Biblioteca Marsh's, Guiness Storehouse e o pub Brazen Head.

Kilkenny - Castelo e cidade
Cashel - Castelo Rock of Cashel

Parque Nacional de Killarney, Ladies View, Cachoeira Torc,  Mukross House, Ross Castle e Gap of Dunloe.

Penhascos de Kilkee
Penhascos de Moher

Dia 7 Doolin-Aeroporto de Dublin

Se quiser ver os detalhes da nossa viagem, basta clicar no dia que você será redirecionado para a postagem.

Veja também:

quarta-feira, 29 de junho de 2016

5 DICAS PARA ESCOLHER A ÉPOCA IDEAL PARA VISITAR UM DESTINO




Escolher o destino é fácil, mas escolher a época certa para uma viagem pode ser um pouquinho mais complicado. O pior é que muitas vezes a gente só pode viajar naquela data. Nesse caso, o importante é saber o que você vai encontrar no destino e avaliar se vale a pena seguir o programado ou mudar os planos. Aqui tem algumas dicas que vão te ajudar a decidir.

Pesquisar se a época é boa para visitar o destino. Se chove muito, se o calor é excessivo, se tem risco de furacão, são informações fáceis de encontrar na rede, basta pesquisar no google “quando ir para xxx”, que ele vai te dizer.

Se sua viagem tiver como objetivo uma atração específicacomo por exemplo ver os campos de lavanda da Provence ou as baleias jubarte na costa brasileira, saiba que elas não estão disponíveis o ano inteiro, ao contrário, sua aparição se restringe a poucos meses. Nesse caso, saber a época certa é fundamental.

Outro grande detalhe é descobrir se haverá algum feriado durante sua estadia, pois em algumas cidades até as atrações turísticas fecham. Às vezes você só vai passar um fim de semana no destino. Imagine pegar tudo fechado? Dependendo do lugar nem vale a pena ir. 

Festas populares e festivais são ótimos quando a gente quer participar deles, mas se não for o caso escolha outra data para sua viagem, pois tudo estará lotado e caro. Além disso, dependendo da dimensão da festividade, muitas atrações fecham e ruas ficam interditadas.  

Se puder, evite o período de férias. Não só no Brasil. Na Europa acontece em agosto, quando as regiões turísticas ficam abarrotadas. Nos EUA em julho e agosto, mas em março tem o spring break, recesso de uma semana quando jovens estudantes americanos invadem os resorts de Cancun. Tudo fica mais caro e lotado. Caso não dê pra viajar em outra época, reserve com antecedência passagens, carro, estadia e as atrações turísticas mais procuradas.

Tem alguma dica sobre o assunto que queira compartilhar com a gente? Deixe nos comentários que incluiremos aqui.


Próximo post: montando o roteiro. Até lá!

terça-feira, 5 de abril de 2016

Lagos Andinos - leia antes de embarcar



Aqui você vai encontrar as principais informações para sua viagem aos Lagos Andinos, um destino rico em paisagens naturais de cair o queixo, lindas cidadezinhas, estradas deslumbrantes e uma ótima estrutura turística.

Quando ir: a alta temporada na região é no verão, durante os meses de dezembro a fevereiro. Chove pouco e a temperatura é agradável. Essa é a melhor época para curtir as belezas naturais dos Lagos, fazer trilhas, dirigir pelas belíssimas estradas e até pegar uma praia de lago (por mais estranho que possa parecer pra gente). Em julho, durante as férias, a cidade também fica lotada. No inverno a diversão é esquiar nas bases dos vulcões. Entre abril e setembro chove bastante na região. Fomos no fim de março. A temporada de verão tinha acabado dia 15. Pegamos tempo bom e só choveu um dia. Durante o dia a temperatura chegava a 20°C, mas à noite fazia muito frio. Se quiser mais informações sobre o tempo, dê uma olhada nesse site.

Quantos dias:os Lagos Andinos ficam na fronteira entre Chile e Argentina. O período da sua viagem vai depender de qual parte você quer visitar. Nós optamos por conhecer só o lado chileno dessa vez, cujas principais cidades que servem de base para os passeios são Pucón e Puerto Varas. Acho que 7 noites são suficientes para conhecer o básico com tranquilidade. Do lado argentino, você tem Bariloche como base e Villa la Angostura e San Martín de los Andes como secundárias. Se for incluí-las no roteiro acrescente no mínimo mais uns 5 dias. 

Como chegar: dois aeroportos servem a região regularmente: Aeroporto de Maquehue, em Temuco, e o  Aeroporto El Tepual, em Puerto Montt. Também há um pequeno aeroporto em Pucón, mas ele só funciona na alta temporada. Não há voo direto desde o Brasil, você terá que fazer uma escala em Santiago. Pela Tam ou Lan você consegue emitir os dois trechos juntos. Outra possibilidade é voar até Santiago com outra companhia e de lá pegar um voo da Lan ou da Sky Airline, que é uma low cost chilena.
Você também pode pegar um ônibus desde Santiago. São 12h de viagem que podem ser feitos durante a noite. A Cruz del Sur e a Tur Bus oferecem o serviço.

Transfer*: 
Aeroporto de Temuco para Pucón 
Van compartilhada - 10.000 pesos pp com um mínimo de 6 passageiros. Geralmente quando chega um voo eles conseguem essa quantidade de passageiros. Te deixa no hotel. Tempo de viagem: 1h20
Táxi: 55.000 pesos. Caso a van não atinja o mínimo de passageiros, você pode tentar dividir com alguém o valor do táxi. Tempo de viagem: mesmo que a van.
Ônibus: você terá que pegar um táxi (18.000 pesos) ou uma van (5.000 pesos pp) até o terminal de ônibus da empresa JAC no centro de Temuco e de lá o ônibus para Pucón (3.200 pesos pp). Em Pucón você pega um táxi para o hotel (2.000 pesos se for no centro). Tempo de viagem: 30min até Temuco + 2h até Pucón.

Aeroporto de Puerto Montt para Puerto Varas
Táxi - 20.000 pesos
Ônibus - você terá que pegar um ônibus ou um táxi até o terminal de ônibus de Puerto Montt e de lá um micro-onibus para Puerto Varas.
Van -  há empresas como a Turistur que fazem o serviço. 

Dica: Uma boa opção é alugar um carro no aeroporto de chegada para entregar no de saída. As grandes empresas de aluguel de automóveis permitem retirada e devolução em lugares diferentes mediante uma taxa. Você fica com mais liberdade. O maior trajeto será de Puerto Varas a Pucón (320 km). Você segue todo o tempo pela via Panamericana Sur/Ruta 5 que é uma ótima estrada. Nós preferimos alugar carro nas duas cidades e fazer o trajeto entre Pucón e Puerto Varas de ônibus (4h30). Ficou mais barato.


Onde ficar: as duas cidades bases da região são Pucón e Puerto Varas. A primeira segue uma linha mais rústica, com um centrinho pequeno e charmoso, onde todo o comércio gira em torno da rua principal, a O'Higgins. Os principais passeios da região são trilhas em parques belíssimos, cachoeiras, termas, praias de lago e a subida ao vulcão Villarica. A estrutura turística é boa, mas a chegada às atrações sempre passa por uma estrada não pavimentada ruinzinha. Já Puerto Varas é uma cidade um pouco maior, com grandes hotéis e muita variedade gastronômica.  Nem por isso a paisagem é menos encantadora. Se em Pucón o Villarica é a estrela, na outra o Osorno emoldura o lago Llanquihue. O acesso às atrações também é mais tranquilo, pois todos os caminhos são em estradas asfaltadas. A subida até a base do Osorno, os Saltos de Pretohué, o Lago todos os Santos e a cidade de Fruttilar são os passeios imperdíveis da região.

Dica: Puerto Montt não é uma boa opção de estadia na região. A cidade é feia e sem atrativos. O único passeio que se indica é a visita ao Mercado Angelmo para um almoço. Mesmo assim, sinceramente, acho que até ele é dispensável.  

Locomoção: recomendamos fortemente o aluguel de um carro. Alugamos em Pucón e Puerto Varas com empresas pequenas que só exigiram a carteira de motorista brasileira para fazer a reserva. Mas se você puder emita uma carteira internacional, achamos mais seguro. As estradas são ótimas, seguras e bem sinalizadas. O único risco é você se distrair com a paisagem estonteante ao seu redor. Mas se essa opção não serve pra você, não se preocupe, o que mais tem em ambas as cidades são agências de turismo oferecendo todo tipo de passeio.


Alimentação: come-se bem na região. Um dos pratos típicos é o ceviche. O salmão sempre esta nos cardápios e a carne de cordeiro é bem apreciada por lá. Toda refeição inclui uma entradinha com pães e manteiga que não é cobrada.Também é fácil encontrar pizza e sanduíches. Nas duas cidades há mercados no centro. Para quem gosta de beber, além do vinho, o pisco sour e as cervejas artesanais valem a pena. O preço da refeição em um restaurante razoável equivale ao de São Paulo ou Rio no Brasil. Só o vinho é mais barato. A propina (gorjeta) de 10% é opcional e sempre vem discriminada na conta. Um detalhe legal, pelos menos pra gente, é que os chilenos jantam tarde. Mesmo após às 22h você encontra lugares abertos.

Compras: roupas de lã e artesanato em madeira são os produtos típicos. O melhor lugar para comprar lembrancinhas é nas lojinhas que ficam nas proximidades do Mercado Algemó em Puerto Montt. Além disso, você vai encontrar muitas geléias, pastas e chocolates nas lojinhas de Puerto Varas. Se quiser vinhos, compre em Santiago ou no free shopping.
Dica: logo que você passa na emigração do aeroporto de Santiago você entra loja da Duty Free, onde há uma boa variedade de vinhos. Mas se estiver com tempo, procure uma loja especializada em vinhos (só não lembro o nome) que tem no free shopping e faça uma pesquisa.

Dinheiro: as duas cidades têm casas de câmbio e bancos. A opção mais econômica é levar dólar ou real e trocar por pesos lá. Caso sua viagem inclua Santiago, troque todo o dinheiro na capital. Segundo o pessoal do hostel, o melhor lugar para trocar moeda em Pucón é no Banco Estado. Se você não gosta de levar muito dinheiro em espécie, pode levar um cartão pré-pago internacional ou sacar direto da sua conta no Brasil. Só não aconselhamos usar o cartão de crédito, pois você fica sujeito à variação cambial.

O que usar: durante o verão é calor durante o dia e frio à noite. Dá até para usar bermuda. Para visitar os vulcões também convém levar um bom casaco. Outono e primavera o clima já é frio pra gente e no inverno congelante. Em qualquer situação a roupa adequada vai te deixar confortável. A combinação de segunda pele (aquelas blusas e calças fininhas), blusa de fleece ou outro material bem quente e casaco apropriado para baixas temperaturas por cima é o ideal. Roupas impermeáveis são necessárias para esquiar. Mas geralmente você consegue alugar por lá. Uma dica super importante é que o sapato tem que ter solado de borracha, pois o couro deixa passar a friagem. Além disso, não esqueça de levar meias bem quentes, luvas, cachecol e gorro. Lembre-se que o sol é forte em lugares de altitude elevada, óculos de sol, inclusive no inverno, e boné no verão são essenciais. E não esqueça de levar roupa pra banho se quiser curtir uma praia de lago no verão ou visitar as termas em Pucón. Sempre dê uma olhada na previsão do tempo para não ter surpresas.

O que levar: Leve protetor solar em qualquer época e repelente durante o verão, principalmente se quiser visitar os parques.

Para saber sobre imigração e outras dicas úteis sobre o Chile, dá uma olhada na nossa página sobre Santiago que está tudo lá.

* Valores atualizados em abril de 2016.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Pucón - chegada


De Santiago a Temuco o voo dura 1h20. O pequeno aeroporto foi reformado recentemente.


Fachada do simpático aeroporto de Temuco.

Uma mala foi danificada e perdemos 1h para conseguir fazer a reclamação na Lan. O plano inicial era ir de ônibus para Pucón, o que levaria umas 3hs. Acabamos encontrando uma opção melhor, pegar uma van direto para nosso hotel em Pucón por 10.000 pesos pp. Só tivemos que esperar o voo seguinte chegar para completar o mínimo de passageiros da van compartilhada (6). Após 1h15 de viagem, chegamos em Pucón. Achei o melhor custo-benefício, pois ficou uma diferença pequena para a opção ônibus+van (8.200 pesos pp, sem contar o táxi até o hotel desde o terminal de ônibus em Púcon) e chegamos muito mais rápido.
* Valores atualizados em abril de 2016.

A estrada é boa e segue por uma região com muito verde. Acabei caindo no sono e acordei exatamente na hora em que o Villarica surgiu no horizonte lindo e imponente no alto de seus 2847m. 


Estávamos chegando na cidade de Villarica para deixar alguns passageiros. Depois a estrada segue beirando o lago de mesmo nome.

O hostel em que ficamos, o Frontera Pucon Hostel, é comandado por um casal de brasileiros, Ana e Léo. Simpáticos e prestativos, deram dicas de tudo, sugeriram passeios e a empresa para aluguel do carro. Fica em uma linda casa de dois andares próxima ao lago. O quarto standard é muito confortável, amplo, cama boa, aquecedor, wifi, banheiro de tamanho razoável com uma boa ducha e o melhor de tudo: uma varada com vista para o vulcão Villarica.






Embora não tenha frigobar, você pode usar a geladeira do hostel. O café da manhã é básico, mas bom. Só acho que era servido um pouco tarde (9h). Localização excelente. Em 5 min de caminhada você chega à Calle O’Higgins, a principal da cidade.

Logo que chegamos fomos para a cidade reservar nossa subida ao vulcão Villarica, principal tour da região. Bom, esse era o plano. A princípio qualquer um com um bom preparo físico consegue subir o Villarica. Esse vulcão entrou em erupção pela última vez dia 03/03/2015. O acesso ficou interditado durante meses.




Fomos na agência indicada pela pousada (Aguaventura) e o guia nos informou que a subida estava mais difícil e perigosa por causa das pedras expelidas pelo vulcão durante a erupção. O problema é que havia pouca neve no cume quando fomos e teríamos que caminhar sobre essas pedras soltas. Ainda estivemos em outra agência (Patagônia Experience) e nos confirmaram a informação, embora não tenham nos desencorajado a subir como na anterior. O tempo também não estava perfeito, ventava bastante. Acabamos desistindo da subida.

Dica1: se seu objetivo em Púcon for subir o Villarica, fique mais dias na cidade, pois a subida depende muito das condições climáticas e assim você aumenta suas chances de conseguir um dia bom. Além disso, esteja descansado na véspera. Nós não estávamos e isso contribuiu para nossa decisão de desistir. E se você não for expert no assunto, veja os relatos na internet de quem subiu para decidir se você deve ir mesmo. Um bom site é o Mochileiros.com. Não nos arrependemos de não ter subido. Pucón tem outras atrações legais, como parques com trilhas de diferentes níveis, rafting, cachoeiras e muito mais.

Dica2: Nos ofereceram como alternativa ao Villarica subir o vulcão Quetrupillán. Ele é mais baixo e o caminho menos íngreme, embora mais longo. Está inativo e a única atração seria a vista lá de cima. Não nos interessou. Outra opção seria ir até a cidade de Mallipeuco e arranjar um guia para subir o vulcão Sollipulli. O legal nele é que sua cratera foi coberta por um glaciar e você pode andar sobre ele. A subida é mais fácil que a do Villarica. Com pouco tempo e informação, ficamos com medo de não conseguir um guia lá e perder a viagem.  Mas pesquisando acho que dá pra organizar com antecedência.

O centro da cidade de Pucón é lindinho. Ruas floridas, construções baixas em madeira e aquele visual maravilhoso ao redor com o Villarica aparecendo entre uma rua e outra durante a caminhada. A rua principal é a O'Higgins, onde você encontra todo tipo de comércio.





Na cidade há um semáforo de alerta vulcânico. Ainda bem que ele ficou o tempo todo verde.

Estávamos seguros, de acordo com a sinalização.


De olho no painel!!!!!
Essa é a chamada Praia Menor com o onipresente vulcão Villarica ao fundo.




Almoçamos uma pizza no Café de la P. Estava ótima. Os sucos também são legais.



Nosso jantar foi no restaurante Fiorentini. Especializado em massas, mas com uma truta muito boa.




Lagos Andinos. Leia antes de embarcar

Pucon. Ojos del Caburgua, Playa Blanca e Termas Geométricas


Puerto Varas. Saltos de Petrohue e Lago Todos os Santos