O bairro modernista do Eixample é um verdadeiro museu a céu aberto. Ele foi planejado no auge do modernismo e em um período de grande riqueza da cidade. Suas ruas largas descortinam obras primas da escola modernista barcelonense, a qual vai muito além de Gaudí. Outros grandes nomes do modernismo como Domènech Montaner e Puig i Cadafalch também deixaram suas marcas pelas avenidas do bairro. |
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O desenho das sacadas seria uma máscara ou uma caveira?
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Na CasaBatlló (Passeig de Gràcia, 43) a originalidade de Antonio Gaudí salta aos
olhos em cada detalhe da fachada e do interior. Aqui ele usou como tema o
oceano. A visita faz você mergulhar fundo nesse mundo fantástico de formas,
cores e texturas. O ingresso para conhecer o interior inclui um audioguia (tem
em português), o que torna a visita muito fácil e interessante.
Um dos destaques do prédio é o terraço, onde ele usou sua técnica decorativa chamada trencadís, que consiste numa espécie de mosaico com peças de cerâmica geralmente coloridas, para criar figuras fantásticas.
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O telhado é enfeitado pelos dutos das lareiras. |
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Cores em todos os detalhes. |
Você pode até não gostar muito do estilo do arquiteto, mas depois dessa visita vai ter que reconhecer que ele era genial.
A Casa Amatller (Passeig de Gràcia, 41), localizada ao lado da Casa Battilo, é outra joia da arquitetura modernista.
Aqui a visita acontece a cada 30min e pode ser guiada ou com audioguia. Foi
planejada por Josep Puig i Cadafalch, que só modificou a fachada e o
primeiro andar, onde morava a família dona do prédio. O resto era alugado, uma
prática comum na época.
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Ao fundo fica a loja de chocolates Amadler. À direita, a entrada da casa.
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O interessante é que a maioria dos móveis e peças de
arte são originais.
O dono era um fabricante de chocolates e há um café no primeiro andar super agradável.
É um dos poucos lugares onde você encontra o chocolate Amatller, além de cafés, sanduíches e saladas.
Duas casas
depois, na esquina, você verá a Casa Lleó i Morera (Passeig de Gràcia,
35),
desenhada por Lluís Domènech Montaner. Ele foi contemporâneo a Gaudí e
um dos grandes mestres de seu tempo. Projetou grandes obras modernistas em
Barcelona, como o Hospital de Sant Pau e o Palau de la Música Catalana. A casa
não está aberta para visitação, mas no site é possível fazer um tour virtual.
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Detalhes que valem ser buscados em cada fachada das lindas casas da avenida.
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As três casas
foram reformadas na mesma época e dizem que houve uma disputa entre esses
grandes mestres do modernismo catalão pelo título de melhor projeto. Inspirado
em uma lenda grega, o episódio ficou conhecido como Manzana de la Diacordia
(Maçã da Discórdia). Na mitologia três deusas disputaram uma maçã de ouro que
seria concedida a mais bela. A escolha é difícil. As três casas são fantásticas
cada uma a seu estilo.
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Da direita para a esquerda: Casa Battló, Casa Amatller e lá na esquina a Casa Lleó i Morera.
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Do outro lado
da rua, a distância de uns dois quarteirões, está a Casa Mila (Passeig
de Gràcia, 92), também conhecida como La Pedrera.
O dono da Casa Batlló indicou Gaudí ao proprietário, que deu um orçamento ilimitado para a reforma do prédio. É uma construção maior, feita para abrigar um condomínio de apartamentos. O engraçado é que o projeto não foi muito bem recebido pela população e o apelido La Pedrera não era nem um pouco elogioso na época. Após ser declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco a casa foi restaurada e hoje pode ser visitada. Na verdade só é possível acessar o Terraço, o sótão, um apartamento decorado como na época da reforma e o saguão de entrada. Atualmente a maioria dos apartamentos servem de escritório e moradia.
No terraço ficam as famosas chaminés que lembram a cabeça de um guerreiro com armadura. A técnica de trecandís aqui foi utilizada de forma monocromática. A decoração dos terraços e a transformação das chaminés em esculturas são características da obra de Gaudí. A visita também inclui o audioguia.
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Vista emoldurada para a Sagrada Família. |
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Vista do Passeio de Gràcia a partir do terraço. |
Toda a grande
avenida chamada Passeio de Gràcia é ladeada de construções magnifícas.
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Casa Lleó i Morera |
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Casa Mila |
No fim
do século XIX e início do XX a cidade foi modernizada e essa região foi a
escolhida pela burguesia endinheirada como residência. Hoje a avenida continua
sendo um endereço de luxo e sofisticação, mas no lugar de famílias ricas ela
abriga lojas como Louis Vuitton, Cartier, Dior, entre outras.
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